Jogo do amor
Tão inesperado quanto um gol aos 46 nasceu aquele amor. Como argilosa árbitra marcou um falso impedimento e anulou o sentimento.
Fuga
Ela corria, corria. Não estava atrasada, não queria ir, nem tinha pressa. Tampouco sabia para aonde ia. Corria porque temia não mais partir.
Despedida
Ela tirou o anel silenciosamente e o devolveu. Abriu a porta e não mais voltou. Ele adoeceu.
Fim
Eu o amava como quem ama uma canção. Admirava seus poentes e luares, compartilhava suas fases e questionava suas auroras. Só no dia que o vi morrer entendi que nada além do amor é perene.
Sair do ninho
Não comia mais em casa. Levou umas mudas de roupa, deixava no carro dois pares de sapatos. Comprou toalhas e lençóis e os deixou lá. E só me entregou a chave quando carregou os livros.
Dei minha benção.
Aniversário
Esperou pelos 80 anos, convidou todos os amigos, dançou e bebeu em seu último aniversário.
Carnal
Primeiro os olhos, depois as mãos, e só quando me tomou com os lábios se entregou. Desejava-me tanto quanto eu a ele, contudo negava até o último gemido.
_ _ _ _ _
Eu já havia gostado dos seus textos quando vc os leu no último encontro. E hoje, lendo mais uma vez, mais uma vez gostei. Principalmente do "sair do ninho", me identifiquei com esse.
ResponderExcluirAbraços.
Adriana.
Lindos, intensos...
ResponderExcluirParabéns!
Belas metáforas, Ana!
ResponderExcluirMuito poético!
Amor. Um sentimento que nunca fica antigo.
(Assim espero)!
Juli