“Como vai, amor?”
“Como posso ir? Você não viu o que aconteceu?”
“Vi. Mas queria que você esquecesse.”
“Esquecer?”
“É.”
“Isso não se esquece.”
“Se você fizesse o mínimo de esforço...”
“Para, Anita. Quero dormir. Estou cansado desta vida.”
“Relaxa. Esqueceu que eu também trabalho?”
“Mas isso não faz sentido. Eu sou pós-graduado, você não tem o mínimo de conhecimento, como consegue ganhar mais que eu?”
“Porque você, no momento, não ganha nada.”
“É por isso que estamos assim. Nossa vida social não combina. Por isso a gente sempre termina”
“Não dá certo porque você é um machista.”
“Machista? Quem é que dá em cima do chefe para ganhar aumento?”
“Eu não, quem disse isso?”
“Toda a vizinhança.”
“Ah, tá!”
“Sim, e não quero mais ficar submisso a minha mulher. Vamos terminar logo com isso.”
“Tá bem. Você sai. O apartamento é meu, eu que pago as contas...”
“Assim não, preciso de tempo.”
“Que tempo? Já teve tempo demais. Até perder o emprego.”
“Tá, fico por uma semana.”
“Pode ficar.”
“Vou tomar banho.”
“No sofá.”
“Tenho meu quarto.”
“Faça o que quiser. Vou dormir.”
Ele vai até a cozinha, pega uma cerveja e volta para o quarto de Anita.
“Esqueceu?”
“Esqueci.”
_ _ _ _ _
Legal Jessica!
ResponderExcluirGostei :D
Teu texto é uma essência. Disse só o necessário. Foi sucinto e belo...
Múltiplas interpretações!
ResponderExcluirFascinante!
Um abraço,
Ana.
Parabéns!
ResponderExcluirConseguiste falar de um tema atual sem ficar piegas hehe...
Bjos,
Clari